terça-feira, 23 de março de 2010

MILONGAS CORPORATIVAS


Hoje vou pegar no pé dos gurus de recursos humanos (RH). Até pouco tempo atrás, os trabalhadores do setor privado eram classificados como “empregados” e os do setor público como “funcionários”. De repente, os gurus de RH começaram a dizer que era feio chamar alguém de “empregado” e deveríamos passar a chamá-los de “funcionários”. Depois de um tempo, resolveram dizer que “funcionário” também não fica bem e, portando, deveríamos chamá-los de “colaboradores”. Essa é a primeira milonga, conforme justifico mais adiante.

A segunda milonga, muito em voga nos dias atuais, é essa história de dizer que a empresa é uma “família”. Um dia eu ia de avião para São Paulo e um anúncio da empresa dizia: “aqui, somos uma grande família”. A moça que viajava do meu lado elogiou a peça publicitária e me perguntou o que eu achava. Respondi-lhe que aquilo era, para mim, uma grande hipocrisia e uma mentira. Ela ficou assustada, e tive de explicar meu ponto de vista. A família é uma instituição regida por dois deveres: proteção e solidariedade. Já a empresa é uma instituição regida por duas necessidades: profissionalismo e eficiência. Quando vem uma crise, a família não demite o filho; ela divide o bife. A empresa, na primeira dificuldade, põe os “filhos” na rua. Nada há de errado nisso. A empresa tem que sobreviver. O erro é ser ingênuo de achar que não é assim.

Por ironia do destino, logo depois, um acidente com um avião daquela companhia matou dezenas de pessoas. Sobreveio uma crise e a empresa teve que demitir milhares de “colaboradores”. Liguei para minha amiga e perguntei se agora ela entendia por que eu dissera que aquela conversa de “uma grande família” era uma hipocrisia. Costumo provocar meus amigos de RH dizendo que se os senhores feudais tivessem contratado um guru, se passassem a chamar os escravos de “colaboradores” e dado uma cesta básica mensal a eles, talvez a escravidão tivesse durado mais meio século.

No fundo, esses eufemismos só servem para descaracterizar a verdadeira relação de trabalho. Escravo é escravo, empregado é empregado, funcionário é funcionário. Funcionário (público, é claro) tem estabilidade no emprego, não tem patrão (embora tenha chefia), recebe aposentadoria integral ao fim do seu tempo e não corre o risco de uma demissão (a não ser que ele cometa ilícitos). Empregado não tem nada disso, logo não é a mesma relação de trabalho. O próprio Ministério do Trabalho nunca mudou a classificação dos assalariados. O CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) não virou CACACOD (Cadastro de Colaboradores Admitidos e Colaboradores Demitidos).

Mas por que não chamar os empregados de “funcionários” ou “colaboradores”? Por três razões: primeiro, porque não é pejorativo ser empregado; segundo, para ficar claro que o empregado não é um filho, o patrão não é um pai, a empresa não é uma família; terceiro, para não iludir os empregados e lembrá-los de que eles devem estudar e cuidar da sua carreira, pois eles não são “funcionários”, logo, nem a empresa nem o governo vão cuidar deles.

Dois filmes me lembram esse assunto. O primeiro é “A Vida é Bela”, que conta a história de Guido, um homem mandado para um campo de concentração nazista, que passa o tempo inventando histórias e jogos para iludir o filho e fazê-lo acreditar que estão participando de uma grande brincadeira. Seu objetivo é proteger o menino do terror e da violência que os cercavam. Quando as organizações inventam eufemismos para disfarçar a realidade, elas próprias contribuem para criar ilusões e levar os empregados demitidos à revolta e ao desespero, achando que os patrões são cruéis e desumanos. A vida das organizações e cheia de riscos e crises, e elas não podem dar aos empregados a segurança e as vantagens de um funcionário público.

O outro filme é “Amor sem Escalas”. Ele conta a história de um consultor que roda o país ajudando as empresas a fazerem demissões. No filme, os “colaboradores” demitidos entram em pânico e têm as mais diversas reações; tudo muito típico de quem achou que era membro de uma família que, na crise, iria dividir o bife. Resumo da história: trate de amar sua profissão, ser competente, cuidar da sua educação permanente, construir suas reservas e, se um dia for demitido, saia de cabeça erguida e vá cuidar da sua vida... sem ilusões e sem acreditar em milongas corporativas.

José Pio Martins-UP

segunda-feira, 22 de março de 2010

NOMOFÓBICO, EU?

O estudante Ricardo Barros Lima, 23 anos, de São Paulo, já teve de voltar para a casa assim que descobriu que havia esquecido o telefone celular. Apesar de morar longe do trabalho e da cara feia do chefe pelo atraso, ele não conseguiu se separar do aparelho por um dia. “Não consigo ficar sem o celular. Sinto muita angústia”, diz. Ele faz parte de um grupo que sofre um distúrbio dos tempos modernos, a nomofobia, que vem se juntar às fobias mais conhecidas, como medo de altura ou de espaços fechados.

Nomofobia é uma nova expressão usada para designar a sensação de angústia que surge quando alguém se sente impossibilitado de se comunicar por estar em algum lugar sem seu aparelho celular ou outro telemóvel. Trata-se de um termo recente originado do inglês “no-mo” ou “no-mobile”, que significa sem telemóvel.

“A pessoa que sofre de nomofobia não consegue se desprender da tecnologia”, explica a professora Josyane Lannes Florenzano de Souza, mestre em Ciência da Computação e coordenadora do curso de Sistemas da Informação da Estácio UniRadial, unidade Moema, em São Paulo. E isso inclui celular, notebook, netbook e todo o aparato tecnológico que a deixa conectada com o mundo. “Ela pode esquecer a carteira ao sair de casa, mas não os aparelhos. Além disso, não desgruda do celular, por exemplo, nem para ir ao banheiro, à feira, à academia ou na hora do sexo”, diz ela, que sente na pele essa forte influência da tecnologia. “Em classe, metade dos alunos ficam conectados em seus notebooks e netbooks, além dos celulares”, conta. “Sempre fico com o celular ligado no vibracall na classe e, às vezes, saio para atender”, confirma Ricardo, que também leva o seu notebook para as aulas.

SINAIS DE ALERTA

Para ser caracterizada como fobia, a ausência desses tipos de aparelhos deve trazer prejuízo significante à vida, ou seja, causar sensação de pânico e impotência, atrapalhando a vida profissional e pessoal. Segundo a professora, quando as pessoas ficam dependentes

desses aparelhos, elas passam a apresentar vários sinais ao ficar longe deles, como taquicardia, suores frios, dor de cabeça e sensação de nudez.

“Outro dia houve um curto-circuito em casa e fiquei sem internet. Entrei em pânico, pois veio uma sensação de estar fora do mundo, perdendo alguma coisa”, relata Ricardo.

Há ainda outras características comuns nos nomofóbicos:

- Abandona tudo o que faz para atender o celular.

- Nunca deixa o aparelho sem bateria.

- Não carrega o celular na bolsa, bolso ou similares; prefere carregá-lo na mão para que possa atender imediatamente.

- Interrompe a relação sexual para atender o celular.

- Nunca esquece o celular em casa; se isso acontecer, volta de onde está para pegá-lo.

- Sente-se mal quando acaba a bateria, quando perde o aparelho ou pensa que perdeu.

SINAL VERMELHO

É claro que a tecnologia e a popularização da internet trazem benefícios inegáveis de ordem econômica e cultural para todo o mundo.

Mas essas inovações também imprimem mudanças nas relações interpessoais, que devem ser bem observadas.

“Já deixei de sair com amigos porque não queria deixar o conforto de casa, pois tenho as ferramentas, como o MSN, para conversar com eles sem o inconveniente de pegar trânsito, fila”, confessa Ricardo.

Para a professora da Estácio UniRadial, quando uma pessoa transforma a vida por causa da tecnologia, ela precisa de ajuda, pois está deixando conviver com amigos, interagir com a família e ter atividades sociais.

PESQUISA

Segundo uma pesquisa feita pelo Instituto YouGov para o Departamento de Telefonia dos Correios britânicos, 53% dos usuários de telefone celular do Reino Unido sofrem de nomofobia.

O estudo concluiu que a síndrome atinge mais os homens (58%) que as mulheres (48%). Das 2.163 pessoas ouvidas, 20% afirmaram não desligar o telefone nunca, e cerca de 10% disseram que o próprio trabalho as obriga a estarem sempre acessíveis.

Para 55% dos entrevistados, a urgência de estar com o celular sempre ligado e perto está relacionada com a necessidade de se estar sempre em contato com amigos e familiares.

Para 9% dos entrevistados, desligar o celular os deixa em um estado de profunda ansiedade.

MANÁ DA SEGUNDA - 22 de março de 2010


O Significado do Relacionamento

Por Jim Mathis

Davi, amigo meu, falou ao meu amigo Eduardo que gostaria de conhecê-lo melhor e se tornar seu amigo. Dias mais tarde Davi recebeu pelo correio uma cópia autografada da autobiografia de Eduardo. Um bilhete acompanhando o livro sugeria que Davi encontraria nele tudo o que desejava saber. Se tivesse alguma pergunta ele tinha liberdade para ligar. É compreensível que Davi tenha se sentido rejeitado. Ele queria um relacionamento com Eduardo e não dados sobre ele.

Escrevi um livro autobiográfico e nele discorri extensamente sobre vários assuntos. Embora presuma que muitos amigos meus tenham lido pelo menos parte dele, jamais confundiria esse tipo de atividade com amizade ou relacionamento significativo.

Tempo e experiências compartilhados. Relacionamentos são construídos em torno de momentos e experiências compartilhados não com base em informações. Existe um paralelo com o que encontramos na Bíblia. Deus escreveu o que equivale a uma autobiografia. Mas como toda autobiografia os 66 livros da Bíblia são histórias, ensinamentos, poesias e compreensão sobre seu Autor. Ler sobre Deus e tudo o que Ele fez não significa ter relacionamento com Ele.

Não devemos cultuar mais o Livro do que seu Autor ou o desejo de passar tempo na presença Dele. Minha mãe escreveu suas memórias e eu apreciei sua leitura. Mas meu amor por ela é infinitamente maior que por seu livro. Por tê-lo lido passei a conhecê-la melhor e a compreender com mais clareza o que ela experimentou na vida. Mas o que aprendi com o livro não define meu relacionamento com ela.

Relacionamentos exigem esforço. Podemos trocar mensagens de voz ou e-mails mas dificilmente eles seriam substitutos aceitáveis no desenvolvimento produtivo e agradável de relacionamentos no ambiente de trabalho. Isso requer investimento mútuo em tempo, energia, interesse e preocupação sinceros. Você certamente não iria a uma entrevista de emprego ou reunião com um cliente em potencial dizendo, “Não vamos perder tempo conhecendo-nos um ao outro; leia meu livro – ele tem tudo o que precisa saber sobre mim”.

O mesmo acontece em relação a Deus. Seria penoso tentar compreender quem Ele é sem ler e estudar a Bíblia. Mas ter relacionamento com Ele é diferente. É preciso gastar tempo e compartilhar a vida com Ele de maneira significativa. Jesus instruiu: “Permaneçam em Mim, e Eu permanecerei em vocês” (João 15.4). Ele prometeu que, assim fazendo, viveríamos de maneira frutífera e agradável aos Seus olhos.

Demonstrando o que sabemos. Uma coisa que me deixa intrigado é por que pessoas devotas parecem conhecer pouco sobre a Bíblia, enquanto outras que exibem grande conhecimento dela, demonstram pouco amor e compaixão pelos outros, qualidades que moldam o relacionamento de Deus com Seu povo. Como empresário, marido, filho, artista e músico, venho tentando manter equilíbrio, aprendendo a respeito de Deus através do processo de estudo da Bíblia, mas não me deixando aprisionar pelos estudos, de modo a falhar no desenvolvimento de um relacionamento pessoal com Ele e fracassar em ser participante voluntário de Seus propósitos.

Próxima semana tem mais!

Sua vida!



Quando sua vida começa, você tem apenas uma mala pequenina de mão...
À medida que os anos vão passando, a bagagem vai aumentando porque existem muitas coisas que você recolhe pelo caminho, por pensar que são importantes.
A um determinado ponto do caminho começa a ficar insuportável carregar tantas coisas, pesa demais, então você pode escolher: ficar sentado a beira do caminho, esperando que alguém o ajude, o que é difícil, pois todos que passarem por ali já terão sua própria bagagem.
Você pode ficar a vida inteira esperando, Ou você pode aliviar o peso, esvaziando a mala.
Mas, o que tirar? Você começa tirando tudo para fora... veja o que tem dentro: Amor, Amizade...nossa!!! Tem bastante, curioso, não pesa nada...
Tem algo pesado.... Você faz força para tirar.... Era a Raiva - como ela pesa!
Aí você começa a tirar, tirar e aparece a Incompreensão, Medo, Pessimismo... Nesse momento, o Desânimo quase te puxa pra dentro da mala.... Mas você puxa-o para fora com toda a sua força, e no fundo da mala aparece um Sorriso, que estava sufocado no fundo da sua bagagem...
Pula para fora outro sorriso e mais outro, e aí sai a Felicidade... Aí você coloca as mãos dentro da mala de novo tira pra fora um monte de Tristeza...
Agora, você vai ter que procurar a Paciência dentro da mala, pois vai precisar bastante....
Procure então o resto: a Força, Esperança, Coragem, Entusiasmo, Equilíbrio, Responsabilidade, Tolerância e o Bom e Velho Humor.
Tirem a Preocupação também. Deixe de lado, depois você pensa o que fazer com ela...
Bem, sua bagagem está pronta para ser arrumada de novo. Mas, pense bem o que vai colocar dentro da mala de novo, hein...
Agora é com você. E não se esqueça de fazer essa arrumação mais vezes, pois o caminho é MUITO, MUITO LONGO, e sua bagagem, poderá pesar novamente.
Uma semana formidável para você...