sábado, 27 de fevereiro de 2010

Sermão de Casamento – Mario Quintana

Em maio de 98, escrevi um texto em que afirmava que achava bonito o ritual do casamento na igreja, com seus vestidos brancos e tapetes vermelhos, mas que a única coisa que me desagradava era o sermão do padre:

"Promete ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-lhe e respeitando-lhe até que a morte os separe?"
Acho simplista e um pouco fora da realidade. Dou aqui novas sugestões de sermões:

- Promete não deixar a paixão fazer de você uma pessoa controladora, e sim respeitar a individualidade do seu amado, lembrando sempre que ele não pertence a você e que está ao seu lado por livre e espontânea vontade?

- Promete saber ser amiga(o) e ser amante, sabendo exatamente quando devem entrar em cena uma e outra, sem que isso lhe transforme numa pessoa de dupla identidade ou numa pessoa menos romântica?

- Promete fazer da passagem dos anos uma via de amadurecimento e não uma via de cobranças por sonhos idealizados que não chegaram a se concretizar?

- Promete sentir prazer de estar com a pessoa que você escolheu e ser feliz ao lado dela pelo simples fato de ela ser a pessoa que melhor conhece você e, portanto a mais bem preparada para lhe ajudar, assim como você a ela?

- Promete se deixar conhecer?

- Promete que seguirá sendo uma pessoa gentil, carinhosa e educada, que não usará a rotina como desculpa para sua falta de humor?

- Promete que fará sexo sem pudores, que fará filhos por amor e por vontade, e não porque é o que esperam de você, e que os educará para serem independentes e bem informados sobre a realidade que os aguarda?

- Promete que não falará mal da pessoa com quem casou só para arrancar risadas dos outros?

- Promete que a palavra liberdade seguirá tendo a mesma importância que sempre teve na sua vida, que você saberá responsabilizar-se por si mesmo sem ficar escravizado pelo outro e que saberá lidar com sua própria solidão, que casamento algum elimina?

- Promete que será tão você mesmo quanto era minutos antes de entrar na igreja?


Sendo assim, declaro-os muito mais que marido e mulher: declaro-os maduros."

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Cadeia da Infelicidade


O marido precisa aprender a nutrir a esposa por pelo menos três razões: primeira, isso é fundamental para a saúde dela. Segunda, se ele não a nutrir, ela vai substituí-lo pelo trabalho, pela bebida, comportamento delinqüente ou conduta anti-social, além do risco de traição. Terceira, se o marido não alimentar a esposa, ela não poderá alimentar adequadamente os filhos, que se tornarão raquíticos emocionais. Aí terão problemas de hostilidade e vícios associados com a raiva e a rejeição. O pai afeta a mãe, que afeta os filhos, que afetam os pais. Carinho é o remédio para se evitar uma cadeia de infelicidade em muitas famílias.

Há muitos casamentos desabando por causa da desnutrição afetiva. Há casais adoecendo e morrendo prematuramente por falta de um abraço, um beijo, demonstração de compreensão e companheirismo. O custo material e emocional disso é demasiadamente alto, mas tudo pode ser resolvido com autocrítica, boa vontade, esforço e envolvimento. Basta reconhecer a situação e trabalhar para mudar. Quando alguém afirma: “Meus pais não me deram carinho e serei assim até morrer”, está permitindo que sua vida seja controlada por outros e, pior ainda, transfere o mesmo mal para as gerações seguintes, que nada têm a ver com isso.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

MANÁ DA SEGUNDA - 22 de fevereiro de 2010

Começando um Novo Final

Por Robert J. Tamasy

Já se passaram dois meses do novo ano e, se você é igual a muitas pessoas, já pensou em alguma coisa que gostaria de ter feito de outro modo. Ou, quem sabe, você esteja incomodado ou sentindo-se perseguido por uma decisão tomada, da qual se arrepende. Ah! Se pudesse fazer tudo outra vez! Os jogadores de golfe conhecem isso como “mulligan” - permissão dada pelos companheiros para uma segunda tacada, quando a primeira foi muito ruim. Infelizmente a vida real raramente nos oferece oportunidade de uma “segunda tacada”. Precisamos viver com atos e decisões ruins e geralmente aceitar suas conseqüências.

Recentemente alguém me enviou uma citação que aborda esse dilema: “Ninguém pode fazer um novo começo, mas pode começar hoje e fazer um novo final”. Parece um raciocínio sólido. Seja no golfe, na abertura de um novo negócio ou no estabelecimento de novo relacionamento, tem-se a oportunidade de recomeçar. Como um atleta em prova de curta distância, se “queimarmos” a largada, teremos uma nova partida.

O que em sua vida você gostaria de fazer de modo diferente ou mesmo refazer? Sua opção de carreira não foi sábia? Alguém lhe ofereceu uma oportunidade que não está mais disponível? Os investimentos mostraram-se inseguros? Ou causou danos irreparáveis ao seu relacionamento? Infelizmente não importa o quanto desejamos que as coisas sejam diferentes: o que está feito, está feito e não pode ser desfeito! O que fazer, então, daqui para frente? Nossos começos são fundidos em concreto, mas podemos recomeçar e trabalhar para um novo e promissor final. A Bíblia tem muito a dizer sobre isso:


Deixe os fracassos para trás e renove o compromisso com seus objetivos. É contra producente ficar preso a um passado que não pode ser alterado. Depois de reavaliar onde queremos chegar, como pretendemos chegar e como saber que chegamos, mantenhamos concentração até o destino final. “Esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus” (Filipenses 3.13-14).

Olhar sempre para trás fará o caminho à frente sempre tortuoso e errático. O fazendeiro que dirige o trator para arar seu campo mantém o foco concentrado à sua frente, sabendo que olhar para trás fará que ele deixe de manter retos os canteiros que está cultivando. “Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar e que maneja corretamente a palavra da verdade” (II Timóteo 2.15).

Reminiscências do passado são incompatíveis com o presente e o futuro.Deixe o passado no passado”, costuma-se dizer. Geralmente um novo começo, com total afastamento do que aconteceu é o melhor curso de ação em busca do futuro desejado. “Ninguém tira um remendo de roupa nova e o costura em roupa velha; se o fizer, estragará a roupa nova, além do que o remendo da nova não se ajustará à velha” (Lucas 5.36).

Próxima semana tem mais!



Texto de Robert J. Tamasy, vice-presidente de comunicações da Leaders Legacy, corporação beneficente com sede em Atlanta. Georgia, USA. Com mais de 30 anos de trabalho como jornalista, é co-autor e editor de nove livros.Tradução de Mércia Padovani. Revisão e adaptação de J. Sergio Fortes (fortes@cbmc.org.com)


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