sexta-feira, 11 de junho de 2010

Bem, você foi traído. Dá para perdoar? Tudo depende...


Nos meus atendimentos, tenho presenciado várias histórias de casais que se aproximaram como nunca após um episódio de traição. Isto só foi possível, porque após a descoberta do fato, ambos se propuseram a discutir profundamente sobre tudo o que não está bem na relação, através de um programa de aconselhamento de casal. Eles se comprometeram a mudar e recomeçar o casamento. Sim, é um recomeço que requer muito trabalho até que o traído volte a sentir confiança em quem o traiu. O adultério é a única condição, segundo a Bíblia, em que a esposa (o) traída pode solicitar o divórcio, e conseqüentemente, a destruição formal daquilo que Deus criou. Embora o divórcio esteja na Bíblia como saída natural ao problema da infidelidade, ele não é autorizado segundo a vontade do coração de Deus. Quando muitos fariseus foram até Jesus para testá-lo, a pergunta foi: “É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo? Respondeu-lhes Ele: “não lêste que no principio o Criador os fez macho e fêmea, e disse “portanto deixará o pai e mãe, e se unirá a sua mulher, será os dois uma só carne? Assim já não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem. Perguntaram-lhe então por que mandou Moisés (e não Deus) dar-lhe carta de divórcio e repudiá-la? Respondeu Jesus: “Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres. Mas no princípio não foi assim” (Mt. 19:3-8). Ou seja, a decisão de divorciar-se é de inteira responsabilidade do ser humano, sendo uma permissão puramente humana, que não passou e nem passa pelo desejo do coração de Deus. Um dos maiores problemas que os casais enfrentam quando estão em crise é justamente a falta de diálogo. Há um acúmulo de situações desagradáveis em que ambos têm dificuldades em expressar-se por medo da reação do parceiro. Por medo de magoar ou causar uma discussão indesejável acaba instalando o silêncio, que com o tempo, vai prejudicando a relação conjugal. Não conversam sobre o que não está legal, vão se acumulando insatisfações e frustrações, o que poderá dar margem à vontade de estar com alguém que não o frustre tanto. É imprescindível que o casal entenda as motivações que levaram uma pessoa a trair, para que possa haver uma auto-avaliação de cada um na relação e fará com que ambos assumam novamente, suas responsabilidades na manutenção do amor. É preciso alimentá-lo sempre. Sempre há a possibilidade de perdão por quem ama e o arrependimento sincero de quem traiu. É possível reconstruir uma relação pautada em novos modelos de funcionamento e em especial num diálogo franco, atitudes transparentes e a presença de Jesus constantemente. Quem disse que é fácil manter um casamento feliz sem momentos de crise? O importante é saber superá-las e tirar o maior proveito para nosso crescimento.

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